A. Maria
Guerra de loucos travada sempre, em todo lugar, a qualquer hora e com quem quer que seja.
Os que se aliam ao amor, se julgam os maiores, melhores e mais imponentes. Já os que escolhem o outro lado, se julgam os mais calorosos, importantes e indispensáveis.
Caros senhores, será mesmo indispensável esse embate? Será mesmo que O Amor e A Paixão precisam disputar qualquer coisa?
Francamente creio que não. Cada um tem seu lugar, importância, valor. Não podemos em todos os casos sentir amor e paixão, ao menos, não devemos nos culpar por não sentir os dois. O fato é que as vezes vale mais a pena sentir amor, quando se trata de algo duradouro e permanente, e paixão, quando algo passageiro, mesmo que duradouro.
O que quero dizer é que para quase tudo na vida (digo quase, por medo, porque na verdade não me vem nada que não precise dela) a paixão se faz fundamental, imprescindível e desejável. Será?
Assim como existem os “tipos” de amor, deve-se haver os “tipos” de paixão.
A paixão nos faz cegos, surdos, mudos, ou falantes até de mais, nos faz sentir aquelas borboletas no estômago, nos faz crer que não viveremos sem o ser apaixonante. Ela nos deixa com a sensação de que estamos cheios do que precisávamos, nos faz querer colocar o outro num estojo de maquiagem, pra sempre carregar ele na bolsa, e não emprestar a ninguém, alegando que foi feito só pra nossa pela, numa dessas farmácias de manipulação.
Também nos deixa loucos, ela não nos permite imaginar a vida boa sem aquele ser, ela comanda nossos pensamentos, nossas roupas, os lugares que freqüentamos e as vezes até nossas companhias.
Enfim, são tantos os caminhos a que essa senhorita, tão recatada na frente da mãe e devassa pelas costas consegue nos levar, que passaria anos aqui descrevendo, e sempre faltaria algum.
Alguns dizem que vale mais ouvir e dizer “sou apaixonado por você” outros preferem o lugar-comum “amo você”.
Por que não... por que não os dois? Sim os dois!
O amor, nos traz calma, tranqüilidade, serenidade, e todas essas sensações, como uma banheira morna e a voz de Marisa Monte depois de um dia infernal. Ele nos faz nobres, fortes, e imponentes perante a sociedade e o espelho.
É isso! O amor é como o espelho, ele mostra, a paixão como o vidro, nos deixa ver. Mas só o outro, não o mundo, só o outro.
O amor nos faz dormir e sonhar com as nuvens, ou nem sonhar, simplesmente dormir. Já a paixão, nos tira o sono e quando conseguimos vencer esse entrave, ela ainda nos faz sonhar com panelas de brigadeiro e quando acordamos corremos em busca dessa panela e nos empanturramos até ficarmos com a sensação de que tudo passou e estamos bem.
Dizem que o amor supera tudo, sim, eu creio. Mas creio também que é preciso paixão.
Para o amor crescer, e permanecer, é preciso aduba-lo com a paixão, é preciso água-lo com paixão, é preciso se apaixonar.
Ouvi dizer que se quisermos encontrar a felicidade de amar, temos de esquecer nossas almas, ele me disse que as almas são incomunicáveis, estragam o amor e só em Deus podem encontrar satisfação. E disse ainda que para conhecermos a arte de amar, devemos deixar nossos corpos se entenderem, por que eles se entendem, mas as almas não.
Ora, se não somos nem só corpo, nem só alma, precisamos aprender não só a arte de amar, como foi descrita e ensinada a cima, por Manuel, mas precisamos aprender também a arte de apaixonar, que tão bem Vinícius me ensinou, rasgando o coração mesmo, sem medo das feridas e outros contratempos.
E então quando finalmente possuirmos habilidades para as duas, estaremos completos, unidos, atados e firmes.
Precisamos nos dar a vida, ao amor e a paixão. Precisamos encontrar alguém que possamos escrever todos os dias em sua pele e que só ele consiga ler ao olhar no espelho, e que também todas as noites apague para que não cessemos de escrever nele. E que ninguém possa ler, e que ninguém precise entender, só eu e ele.
Quando enfim, encontrar alguém que consiga enxergar que o amor é o tempero da vida, e a paixão o do amor.
Essa guerra que carregamos em nós, terá fim.
sábado, 8 de agosto de 2009
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