domingo, 18 de outubro de 2009

Aqui dentro

A. Elisa

E aquela minha pequena parte, que fica atrás do meu peito, começou a bater de novo e não tem cristão que a sossegue. É um bate-bate que não me deixa dormir, que não consigo me concentrar, escrever, não sou eu. Essa fúria, essa vontade de viver, fazia tempo que eu não sentia e, principalmente, fazia tempo que eu não me deixava sentir. Não sei como foi, nem sei dizer o exato momento que minhas veias começaram a saltar, minhas mãos a suar e o meu pensamento a não mudar de assunto. Também nem quero pensar como começou, o que deu em mim de me arriscar assim, violentamente, num precipício que nem o fundo eu vejo. Me joguei como fazia tempo que eu não me permitia. E aí eu comecei a pensar que eu deveria começar a me jogar em mais coisas na minha vida, curtindo somente os resultados bons e minimizando os ruins. Porque a razão pra esse meu peito não sossegar, ultimamente, foi simplesmente o fato de não ter criado expectativas, de ter ido a favor da maré, e de vez em quando, contra o vento. E, apesar das borboletas terem parado de bater na minha barriga, parece agora que elas voaram pro meu coração, sim, essa parte de mim, detrás do meu peito, que decidiu, que não vai me deixar curtir três dias com meu irmão e minha prima em Porto de Galinhas, que decidiu que de agora em diante vai bater acelerado todo dia, que decidiu que não vai sossegar, porque não quer que eu volte a viver aquela minha mesmice de sempre, esperando por coisas que nunca viriam. E de tanto esse meu coração decidir fazer as coisas por mim, eu acabei decidindo, que de agora em diante só ele pode fazer esse tipo de escolha por aqui.

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